Compras compulsivas? Descubra se você é um shopaholic
Natal, época propícia para dar vasão ao desejo de comprar. Quem é compulsivo se rende aos impulsos. É o seu caso? Sem se tratar, o comprador compulsivo pode sofrer até depressão.
Você é o tipo de pessoa que já encarou o shopping como uma terapia? Possui roupas ainda etiquetadas no guarda-roupas? Sente-se radiante com inúmeras sacolas na mão, recorre ao limite do cartão de crédito e cheque especial para buscar sensação de saciedade? Não deixe de ler este artigo antes de gastar seu décimo terceiro! As dicas, por Maitê Hammoud.
Nos termos médicos, a chamada oneomania refere-se aos compradores compulsivos, também conhecidos como shopaholics. Ciclos de ansiedade antes da compra, prazer durante o pagamento e arrependimento logo em seguida caracterizam o perfil dos compradores compulsivos.
Não conseguindo se render aos impulsos, essas pessoas transformam o que seria um ato corriqueiro em um verdadeiro descontrole. Sem tratamento, o problema é capaz de causar, além de dívidas cada vez maiores, depressão e isolamento social.
Mais compradores compulsivos do que você imagina
Estudos apontam que esse tipo de compulsão atinge aproximadamente 5% da população, na maioria mulheres entre 20 e 60 anos. O tema é ainda pouco abordado e a chegada do Natal é um momento oportuno para falar do que move a oneomania.
O comprador compulsivo consome pelo prazer de consumir e não pela real necessidade do objeto, e compra mais produtos relacionados à aparência, como roupas da moda, sapatos, joias e relógios.
Como identificar se você é um comprador(a) compulsivo(a)?
O que difere um comprador comum de um comprador compulsivo é que o comprador comum tem plena consciência de seu investimento e consegue desfrutar da compra realizada, controlando suas finanças e avaliando suas prioridades. Já o comprador compulsivo é incapaz de controlar o desejo de comprar, deixando que gastos frequentes e excessivos interfiram de modo importante em vários aspectos de sua vida.
Antes de cometer o ato do qual não tem controle, é comum que o consumidor compulsivo apresente ansiedade e/ou excitação. Já durante a execução do ato, experimenta sensações de prazer e gratificação. E quando, por algum motivo, são impedidos de comprar, costumam relatar sensações como angústia, frustração e irritabilidade.
Chegam a não pagar contas essenciais para gastar com supérfluos e a gratificação e a satisfação obtidas através da compra não os permitem avaliar a possibilidade de futuros prejuízos.
Principais características do comprador compulsivo
Existem algumas características do transtorno que ajudam a identificar se você é um comprador compulsivo:
- esconder as compras da família ou do parceiro;
- mentir sobre a quantidade verdadeira de dinheiro gasto em compras;
- gastar em resposta a sentimentos negativos como depressão ou tédio;
- sentir euforia ou ansiedade durante a realização das compras;
- culpa, vergonha ou autodepreciação como resultado das compras;
- dedicar muito tempo a fazer "malabarismos" com as contas ou com as dívidas para acomodar os gastos;
- atração incontrolável por cartões de créditos e cheques especiais.
Como tratar um quadro de compulsão por compras?
As compras compulsivas podem levar a sérios problemas, podendo estar associadas à fase de mania do transtorno afetivo bipolar, transtorno obsessivo-compulsivo e quadros de ansiedade.
A compulsão por compras é semelhante ao comportamento do dependente químico, no qual o usuário recorre à droga para se aliviar momentaneamente, mas logo retorna a necessidade do consumo. No caso dos compradores compulsivos, quando não possuem recursos financeiros para custear suas atitudes impulsivas, recorrem a empréstimos, gerando um ciclo de inúmeros prejuízos e dívidas.
Infelizmente, a maioria dos shopaholics só costuma procurar ajuda quando as dívidas estão grandes e os gastos exagerados já acarretam problemas familiares, nos relacionamentos, em situações legais ou até quando dão origem a episódios depressivos de intensidade importante. Por isso, é fundamental que amigos ou familiares, percebendo algumas dessas características, tenham uma postura mais atuante, incentivando e acompanhando, se possível, na busca por tratamento.
Para o tratamento do controle dos impulsos é fundamental a psicoterapia. Ela viabiliza não só o auxílio no controle dos impulsos como também a investigação e reflexão da natureza deste comportamento. Muitas vezes, o transtorno encobre um passado de muita privação e frustração, ou então, uma necessidade de alimentar sua autoestima prejudicada com a posse de objetos.
Também pode ser necessário a prescrição de medicamentos psiquiátricos para o sucesso do tratamento. É importante considerar que a psicoterapia em grupos de autoajuda, como as reuniões dos Devedores Anônimos (DA), pode agregar valor ao tratamento. Outro recurso que também pode ser fundamental é nomear algum conselheiro financeiro, que possa orientar a pessoa sobre suas movimentações financeiras.
Quando esse procedimento é adotado, a pessoa continua com a responsabilidade de pagar suas contas, porém, não tem acesso a cartões de crédito e a cheques. É dado a ela, semanalmente, uma quantia previamente combinada, à qual deve se adequar. Além disso, as contas são acompanhadas por meio do fornecimento de recibos ao conselheiro financeiro, tentando combater a possibilidade de episódios de compulsão por compras.
Fotos: por MundoPsicologos.com
As informações publicadas por MundoPsicologos.com não substituem em nenhum caso a relação entre o paciente e seu psicólogo. MundoPsicologos.com não faz apologia a nenhum tratamento específico, produto comercial ou serviço.
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Verdadeiramente ha muita gente que padece desse transtorno mas o problema e que eles mesmos nao o sabem!!!
muito bom e interressante a informacao.
Bom dia, Antonio! Você pode compartilhar seu problema com a nossa "Comunidade" e receber a ajuda de pessoas que passaram por situações similares. Att. Equipe MundoPsicologos.com
Será que preciso de tratamento pois quando tenho de comprar algo me vejo atingido por sensações de desespero angústia, frustração e irritabilidade.