As experiências vividas no âmbito social e a representação da velhice na sociedade
O conceito de representação social se dá pelos vários conjuntos de experiências vividas que vamos adquirindo em nossa existência.
O conceito de representação social se dá pelos vários conjuntos de experiências vividas que vamos adquirindo em nossa existência, como também por meio de nossas crenças, valores, ideologias, nossas identificações e as ideias que fazem com que evocamos um dado acontecimento em relação às pessoas no qual convivemos ou objetos aos quais nos rodeiam.
Podemos dizer que todas essas representações ocorrem devido a nossa interação ao meio social, seja em um determinado grupo, família, escola, igreja e amigos.
Ao nascermos já de imediato somos conduzidos a uma cultura, sendo a primeira delas à familiar, que são responsáveis por nos transmitirem todos os valores, como também suas crenças, regras e normas, para que assim possamos conviver em uma sociedade.
Sabemos que tudo o que foi transmitido ao individuo para que o mesmo fosse inserido na sociedade, pode ao longo da sua existência ser modificado, a partir de novas experiências e novas situações que irão ocorrer em sua vida e com isso o individuo precisa saber de qual forma e maneira irá se adaptar diante de tal acontecimento, e assim dar novo rumo à sua historia de vida, ou seja, a sua existência.
Essas novas adaptações fazem com que o individuo acrescentes novos valores e novas ideias; vivemos em uma sociedade que passa por diversas modificações diariamente e cabe ao individuo saber lidar e se adaptar a cada uma delas.
O ser humano é considerado um ser único e responsável pela construção de sua história, sendo com experiências boas ou ruins, com crenças adequadas ou inadequadas, com conquistas ou derrotas, ou com ganhos e perdas, dependendo de qual maneira o individuo conduzirá a sua existência, no meio ao qual foi inserido.
Já na terceira idade alguns idosos têm a crença de que não há mais tempo para fazer mais nada em suas vidas, porque a morte está se aproximando, o que gera esse pensamento é o excesso de tempo disponível que os fazem ficar refletindo que deixaram muitas coisas que gostariam de fazer e não o fizeram e que agora não há tempo disponível e suficiente para isso.
É importante que na terceira idade ainda existam objetivos, sonhos e desejos para serem realizados; sempre há tempo para realizarem o que desejam e mesmo que
chegue a morte, que é algo que não é determinado apenas na velhice, e não tenham conseguido realizar o que esperavam, pelo menos fica a certeza de que tentaram.
A terceira idade tem outras fases, como aqueles idosos que trabalharam a vida toda, e muitas vezes não planejaram como seria o seu futuro depois que se aposentassem e nesse momento encontram dificuldades em lidar com essa nova realidade; como a rotina diária; o avanço da tecnologia; como também a dificuldade da aceitação de ter que depender da família seja por motivos financeiros ou enfermidades.
Nesta nova fase após a aposentadoria não podemos esquecer que ocorrem muitas mudanças na vida do idoso, com o afastamento do trabalho, mudam-se os costumes e os hábitos, perdem-se os contatos com os amigos do trabalho, surge um enorme tempo de ociosidade pela frente, levando a sensação de inutilidade por não saberem lidar com esse tempo disponível, surgindo muitas vezes à crença de ser um estorvo para a família.
Não podemos esquecer-nos daqueles idosos que são rejeitados, principalmente pelos seus familiares, como também na questão trabalhista, onde o idoso é trocado por um profissional mais novo, e por tantos outros motivos são abandonados e esquecidos em asilos.
Devemos desmistificar que a terceira idade é uma fase de restrições, privações e de sofrimento; pois, a velhice é tempo de gozar do bem-estar da saúde até o fim da vida, continuando à sua historia em meio à sociedade no qual vive e se adapta a cada dia.
Autor: Psicólogo Leandro Lúcio Férri / CRP: 06/130683
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