Aprenda a ressignificar a dor

Há momentos na vida onde o horizonte fica cinza, quase preto, sem luz, nos sentimos à deriva e sem norte, um vazio existencial toma conta, a garganta sufoca e o aperto no peito se torna quase impossível. Por vezes ficamos tentados a desistir de tudo, nos deixando levar pelas águas mais profundas da dor.

"O sofrimento é inevitável a permanência nele é opcional" Leandro Karnal

Nos sentimos tão sozinhos, abandonados e incompreendidos. É como estar em um navio em alto mar, em plena tempestade e o pior... não tem ninguém no leme. Na cabeça fica um sentimento iminente e constante... "o barco vai bater, vai colidir, vai afundar".

Nestes momentos, a depressão invade a mente, a ansiedade traz sofrimento ao corpo, as lembranças do passado afligem a alma e o medo do futuro leva ao pânico.

Pessoas ao redor vêem o sofrimento e tentam ajudar, lançam palavras, livros, vídeos, conselhos, afetos, na tentativa infrutífera de alcançar-nos. São como botes e bóias, lançados em nossa direção, mas tudo está tão distante, e o turbulento mar de emoções impede que a ajuda chegue.

Questionamos: Porque é assim? De quem é a culpa? Quem é o responsável? "Depois da tempestade sempre vem a calmaria", então a gente se lembra que tudo passa, nada é permanente.

Como ressignificar a dor

Você precisa parar, respirar fundo e refletir, identificando e resignificando todas as emoções e sensações trazidas pela chuva, pelo vento e pelas ondas que provocam o caos no momento. Resignificar todos esses elementos é lembrar-se, que a chuva também traz abundância, mata a sede, colore o céu com um belo arco-íris. O vento traz novos ares, e com eles as aves, um sinal de esperança. E se você se permitir, as ondas te levaram para magnífica praia do seu interior, onde descobrirá tesouros de valor inestimável.

A intensidade da dor nos faz sentir e pensar que nunca vai acabar.V ocê acredita que não tem jeito, que não tem saída, porque a angústia tomou conta do seu ser e a ansiedade lhe afoga em agonia.

Mas de quem é tudo isso? De quem é esse navio? De quem é a responsabilidade de estar no leme? É nossa, bem como a consciência de buscar ajuda para conduzir a embarcação pelos os mares da vida. Pedir ajuda é reconhecer que alguém está preparado para te estender a mão.

Permita que um terapeuta conduza você por este mar de emoções e sentimentos. Permita que um terapeuta te apoie no ajuste da rota, até que volte a navegar com as mãos firmes no leme.

Por Dênia Virginia Fonseca, psicóloga inscrita no Conselho Regional de Psicologia de Minas Gerais

Fotos: MundoPsicologos.com

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