Amor adoecido

Quando o amor rima com dor pode se transformar em doença. Deprime, causa estresse e pode levar à dependência afetiva, gerando até mesmo a submissão. O amor patológico não é uma questão de qu

19 FEV 2018 · Leitura: min.
Amor adoecido

Relacionamentos amorosos quando saudáveis e satisfatórios devem gerar bem estar, felicidade e enriquecimento individual, porém, muitas pessoas amam de maneira sofrida, mantendo-se em relacionamentos dolorosos e destrutivos, sem conseguir romper, nem melhorar essa relação.

Quando o amor rima com dor pode se transformar em doença. Deprime, causa estresse e pode levar à dependência afetiva, gerando até mesmo a submissão.

O amor patológico não é uma questão de quantidade de amor, mas sim de qualidade do vínculo amoroso. A pessoa presta cuidados em excesso ao parceiro, não porque o ama muito, mas porque vivencia um profundo vazio emocional e "precisa" que o parceiro supra essa carência a todo o momento. Esse padrão de relacionamento propiciaria alívio da angústia. Quando isso não ocorre, a pessoa entra em desespero.

Então, ela se sente presa, não consegue se libertar, e nessa condição, termina se anulando em função do outro na esperança de receber o que lhe falta afetivamente. Como suas carências não são supridas vem à incerteza sobre o amor do outro, que produz uma intensa ansiedade e medo de abandono.

Receber cuidados e afetos na infância é importante para que a criança cresça, sentindo-se forte e segura para enfrentar os desafios da vida adulta. Quando isso não acontece em função de lares desajustados: onde ocorrem espancamentos, abusos pelo uso de álcool, brigas constantes, falta de diálogo, pais que competem entre si e com a criança; ela pode vir a nutrir o medo de ser abandonada por seus pais.

Esses podem ser alguns dos fatores desencadeantes do amor patológico na vida adulta, isto é, o fato de, provavelmente, as necessidades emocionais não terem sido suficientemente satisfeitas, e não terem recebido o mínimo de atenção e carinho dos pais, tentando de alguma forma suprir as necessidades insatisfeitas na relação com o parceiro, com o qual se torna superatenciosa, principalmente quando este demonstra fragilidade e carência afetiva.

Amar a si próprio é a primeira condição para sermos capazes de estabelecer um relacionamento amoroso com alguém, o qual deve ser feito de forma total, envolvendo a confirmação de si e do outro. Quando o sujeito recebe na infância o amor daqueles que o educam tendo a confirmação absoluta da própria individualidade, ele desenvolve a capacidade de amar a si e de autogerir-se.

O amor é aprendido nas relações familiares mediante as interações estabelecidas entre adultos e crianças, sugerindo que a habilidade de amar é desenvolvida nos primeiros anos de vida.

O amor patológico pode acometer tanto homens quanto mulheres, sendo mais observado na população feminina. As mulheres possuem maior tendência em colocar os relacionamentos amorosos como centro de suas vidas, supervalorizando o homem que dá significado a sua vida, devido a características culturais facilitadoras dessa atitude.

As mulheres tem menos vergonha em buscar ajuda e afirmar que amam de forma inadequada. No entanto, com os homens as dependências são mais externas e interpessoais, sendo vividas em relação a jogos, trabalhos e hobbies.

O índice de suicídio entre as pessoas que sofrem de amor patológico é muito alto. Normalmente elas não são agressivas com os parceiros e, sim, auto agridem-se para chamar a atenção e atingi-los, podendo por vezes chegar ao suicídio.

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Escrito por

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