Abuso sexual e as manifestações de violência sexual

O abuso sexual e as manifestações de violência sexual são temáticas tratadas como tabus, evitadas e negligenciadas nas conversas em geral, relegadas a segundo plano.

3 DEZ 2017 · Leitura: min.
Abuso sexual e as manifestações de violência sexual

O abuso sexual e as manifestações de violência sexual são temáticas tratadas como tabus, evitadas e negligenciadas nas conversas em geral, relegadas a segundo plano. São assuntos que chocam por trazer a tona aspectos relativos tanto a personalidade e agressividade do vitimizador quanto a impotência e fragilidade da vítima, assim como as consequências geradas.

Ocasionalmente o assunto retorna aos centros de discussão da população em geral e também dos profissionais que lidam com o tema, tanto no âmbito jurídico quanto da saúde, como acontece recentemente por conta da divulgação massiva na mídia de casos de abuso ocorridos em meio a situações públicas no transporte na cidade de São Paulo. Divergências e polêmicas sobre o tema trazem a tona opiniões diversas, que variam desde a busca pela defesa aos direitos da vítima e por punição do agressor até a absolvição deste ultimo. Apesar da existência de testemunhas e da divulgação do caso na mídia, profissionais e membros da população divergem com relação a suas opiniões, muitos não considerando os casos ocorridos como abusos, evidenciando formas de pensamento derivadas do patriarcado e de questões culturais permeadas também por aspectos subjetivos.

Na contemporaneidade, a violência sexual passa a se manifestar de formas diferentes, como nos casos citados, ocupando os espaços públicos ao lado da violência urbana, ganhando destaque também nas discussões públicas. A discussão do assunto gera a possibilidade de reflexão a respeito do tema, da mudança de formas de pensamento e posicionamentos individuais e sociais. Devemos levar em conta também as situações de violência as quais nunca chegam a conhecimento da população, veladas em ambiente familiar e privado, cujas vítimas são silenciadas pela situação de violência vivida.

À vítima cabe o árduo papel de lutar pelos seus direitos além de lidar com a exposição do acontecimento divulgado vivenciada por ela nessa situação de objetificação e desrespeito. As consequências da vivência de uma situação de abuso podem acarretar dificuldades de adaptação afetiva e para estabelecimento de relacionamentos interpessoais, além de possíveis impedimentos ao exercício saudável da sexualidade, fobias, depressão, isolamento, sentimentos de estigmatização, ansiedade, dificuldades alimentares, dentre outros (FIORRELLI E MANGINI, 2015). A vítima necessita de apoio para que encontre respaldo para suas angustias e sentimentos decorrentes da situação traumática vivida, para que possa ter voz diante de seu sofrimento.

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