A internet aproxima ou afasta as pessoas?

Dependendo do uso que se faça, a internet tanto pode aproximar como afastar as pessoas do convívio social e, pior: de si mesmas.

30 ABR 2014 · Leitura: min.
A internet aproxima ou afasta as pessoas?

O ser humano evoluiu muito e foi inundado por um mundo de informações e tecnologias. Vejam nossa cidade. Andar de carro ou mesmo a pé tornou-se um sacrifício. Há 10 anos, para ir de um lugar a outro, se levava 10 minutos. Hoje, não menos que 25. Ou seja, o tempo encurtou.

Com isso, ficamos mais tempo fora de casa, no trabalho, em trânsito, do que cuidando de nós mesmos “literalmente falando". Não podemos deixar de citar a violência urbana que nos tornou “prisioneiros em nossa própria casa"!

O maior prejuízo, então, está na perda do convívio social e “familiar". Muitos pais, para falarem com os filhos, precisam do celular ou da internet. E chamam isso de evolução!

Voltemos à questão inicial. Como nossa existência é pautada pela polaridade, tudo tem seu lado bom e ruim. A internet, quando bem utilizada, pode sim aproximar as pessoas. Inúmeros programas e as chamadas redes sociais transformaram os contatos humanos numa “rede social cibernética" na qual as pessoas se comunicam à distância, o que fez aumentar o número de pessoas que se conhecem. A quantidade de contato social é mais numerosa pela facilidade de comunicação; pode-se falar com pessoas do outro lado do mundo sem sair de casa.

Por outro lado, esse contato com o mundo pode levar a um isolamento do mundo! Mas o que é isso? É muito simples: a rede social pode ser intensa, mas não afetiva. Não há o olho no olho e a percepção dos sentimentos não existe. O que a pessoas do outro lado da tela sentem só pode ser percebido pelos órgãos dos sentidos, não pela intuição, pela alma. Comunicação virou sinônimo de informação. Então você sabe, mas não sente, não compartilha. Nisso a internet afasta as pessoas.

Conexão x desconexão

Apesar de estar conectado ao mundo, você pode estar desconectado de si mesmo. Deixando coisas que seriam importantes para você fazer para si mesmo, em função de não conseguir se desligar da internet. Além do mais, quantas horas você (ou seus filhos) ficam em frente ao computador? Com isso, o relacionamento familiar, a rede social familiar está deixando de existir. E não só apenas os filhos estão se isolando do mundo; muitos pais, casais, estão se isolando de si e de seus convivas para interagir com os internautas. Quais serão as consequências disso?

Talvez essa procura pelo outro seja um reflexo da solidão que o ser humano está vivenciando. E o que é pior: a internet, que poderia ser um alívio, pode estar piorando essa solidão, pois por trás das amizades virtuais, pode não existir a verdade e a sinceridade. E as redes sociais podem estar camuflando e reforçando, o exílio humano dentro de si mesmo.

Talvez uma solução esteja em algo que se tem ouvido falar muito ultimamente: colocação de regras e limites. Quando se está navegando na internet se esquece do mundo (que ironia, quando se está plugado com ele), da família e de si mesmo. Impor-se limite de tempo de uso e do que se vê na internet pode ser um caminho para se parar esse isolamento. Daí sobrará tempo para se fazer outras coisas, outros contatos sociais.

Com as crianças e adolescentes isso é crucial, pois é uma maneira de ensinar-lhes e de eles aprenderem a ter autocontrole, o valor do “não", que pode impedir situações que possam colocá-los em perigo. Portanto, país, sejam responsáveis servindo de exemplo.

Foto: por Wies_van_Erp (Flickr)

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Escrito por

José Antonio de Oliveira

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