me chamo dany. tenho 39 anos. faz um ano que estou trabalhando fora pela primeira vez. sempre estudei e trabalhei em casa, porque nunca gostei de sair pra lugar nenhum. festas, encontros, passeios, a não ser sozinha. e quando alguém me chama pra sair, me sinto incomodada, fico até com raiva, porque me sinto pressionada. Também não gosto de receber visitas nenhuma, nem meus pais e irmaos. quando alguem chama no portao eu até finjo que não estou em casa. detesto atender ligações. não gosto de abraços, toques, estar em locais muito movimentados. não gosto de mudanças nos meus habitos. minha rotina precisa ser sempre a mesma, meu trajeto sempre o mesmo. faz um ano que estou trabalhando no centro da cidade e não vou a rua. estou amando esse trabalho porque é num escritório fechado. não vejo ninguem, nem o tempo, se está sol ou chuva. encontrei o trabalho ideal pra mim. saio de casa, pego o onibus. desço na porta. entro no trabalho. trago minha marmitinha pra não precisar sair pra almoçar. saio as 18:30. atravesso a rua, pego o ônibus de volta, desço em frente a academia, malho e vou pra casa. mas quando a chefe me pede pra sair, meu coração dispara. fico nervosa. fico triste. tenho até vontade de chorar. não sei se tem haver com minha infância, mas creio que não. pois ja estou velha e não creio que o passado possa influenciar assim na minha vida adulta. eu acho que sempre fui assim.
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15 DEZ 2022
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Olá, Dany
Quando você se pergunta se a infância pode estar relacionada, já pode ser um indício de que existe algo que começou por ali. Não é que o passado te influencia, mas como sua vida foi sendo construída desde aquela época. Muitas vezes precisamos voltar lá atrás e resgatar pedaços da nossa história que as vezes nos fazem ficar congelados em algumas fases de desenvolvimento. Seguimos nossa vida, muitas vezes de forma funcional, mas ainda há um ímpeto inconsciente que nos direciona de alguma forma. Quais defesas precisaram ser construídas e por quê? Não há problema em gostar de ficar sozinha, é um desejo justo, mas se te priva, te causa sofrimento ou te limita de alguma forma pode ser mais flexibilizado, a partir do momento que conseguimos entender o que existe por trás de toda essa defesa do mundo.
17 DEZ 2022
· Esta resposta foi útil a 0 pessoas
Oi Dany!
Se a forma de vida que voce leva não te incomoda, tudo bem, nada de errado. Há muitas pessoas com as tuas características e que são características de personalidades, foram adquiridas na primeira infência. Todos nós passamos por fazes de desenvolvimento que inicia desde o primeiro dia de tua gestação até os 4/5 anos de idade. Nestas fazes a mente se organiza de uma forma para sobreviver aos desafios que encontrava em cada faze; A forma como voce age, reage, compartilha, se relaciona e ama são influenciadas por estas fazes e agora voce pode estar funcionando no sofrimento ou nos recursos que a mesma mente cria e desenvolve que dõ suporte na tua vida.
Pode sim fazer está análise, para se conhecer, para se analisar e ver se está usando o sofrimento ou os recursos e como passar do sofrimento e usar os recursos. OK que encontrou o trabalho perfeito para voce, mas às vezes, precisa compartilhar com os outros, estar num grupo de pessoas, tanto para convício ou de trabalho e se nestas condições voce sofre, precisa encontrar as respostas.
Quem realmente é voce? Qual o seu propósito de vida? Como voce se enxerga?
Não é por acaso que estás aqui; está aqui para resolver problemas, corrigir percursos, curar traumas...
O que voce está escondendo de voce mesma?
Pergunte-se e, ..... se quiser respostas, faça psicoterapia e desafie-se.
Para te facilitar, pode fazer Online, pode fazer do seu quarto.
Abraços
15 DEZ 2022
· Esta resposta foi útil a 0 pessoas
Olá Dany, espero que esteja bem.
Então Dany, tudo que vivemos e experienciamos durante nossa infância, deixa uma marca para a vida adulta sim: a forma como aprendemos a lidar com as coisas, pessoas, situações, a forma como somos criados por nossos pais ou criadores, a forma como aprendemos a lidar com os sentimentos, emoções e afetos, tudo isso impacta diretamente em nossa vida adulta e em como iremos lidar com o mundo.
Sobre essa sua maneira de se relacionar com o mundo, me parece que você é uma pessoa introspectiva, que gosta da rotina, da sua zona de conforto, de fazer coisas que já conhece e está acostumada. O fato de querer entender esse seu comportamento já é um grande passo. Seu comportamento me chamou bastante atenção, talvez existam muitas coisas ao seu respeito que precisam ser olhadas e investigadas que irão te ajudar a se entender e a lidar melhor com o mundo a sua volta. Não há problema em ser introspectivo, há problema quando isso te causa algo ruim ou interfere nas diversas áreas da sua vida. E como você relatou que sente raiva, vontade de chorar, seu coração dispara, então é algo que precisa de atenção sim e precisa ser trabalhado.
Um grande abraço!
14 DEZ 2022
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Olá, Dany, te agradeço pela possibilidade de tentar te ajudar.
Criação, influências de casa, todo o percurso pelo qual passamos, desde o nascimento até o início da vida adulta são condicionantes da forma como enxergamos a vida, nós mesmos, nosso destino. E como você bem observou, Dany, há o fator singularidade, o que somos "em essência", que escapa a qualquer pressão ou intenção circunstanciais, do meio. A via está em discernir o que somos pelo que fizeram de nós (infância, adolescência etc.) e o que somos como individualidade, a irredutível singularidade. Se o modo como você vive e sente a vida te incomoda, o processo se dá analisando o que não está "funcionando bem", o que acontece que te causa desconforto, aflição, incômodo.
Espero ter ajudado um pouco, Dany, e fico á disposição para aprofundarmos esta investigação.
Um cordial abraço,
Bruno.
14 DEZ 2022
· Esta resposta foi útil a 0 pessoas
Olá Dany! Obrigado por escrever e perguntar. Não vou lhe responder resposta simpática. Contribuirá dar resposta que te faça pensar diferente. Você escreveu aqui porque, aos trinta e nove anos, quer modificar as coisas. Você gosta tanto de se isolar porque é cômodo, porque não treinou o componente da troca social mais ampla. A convivência significativa e harmônica com a cultura, com as outras pessoas, trás saúde, benefícios, mas dá trabalho. É preciso aprender a superar as armadilhas da convivência, algumas vezes originadas nas distorções emocionais nossas mesmas, outras vezes, forçadas por distorções de outras pessoas. Embora essas distorções sejam comuns, aprendemos a lidar com elas e a vida enriquece, plenifica, vale muito a pena, na convivência mais abrangente, com o acesso a todas as possibilidades boas, éticas e saudáveis da vida cidadã. Aos poucos, com a dosagem gradativa e escolhas de superações ponderadas, você viverá as experiências e descobrirá que elas não são tão difíceis, embora por organização preconceituosa, você forme ideia de que (antes da experiência) serão difíceis. Experimente mil vezes. Depois de mil vezes, você estará mais habituada, treinada, sabendo driblar as dificuldades, colocar limites, respeitar a si mesma e aos outros. Por enquanto, do ponto de vista da socialização e da situação diante das diversas manifestações e trocas culturais, você ainda se encontra infantil, não treinou.
Escreveu aqui porque quer treinar. Tenha coragem, experimente, insista, tente, até virar hábito.
Se quiser aprofundar, estarei a disposição.
Abraços! A Covid, a Dengue, exigem cuidados e atenção. Vacine-se, vacine as crianças. Valorize mais a Ciência. Ela não é perfeita mais permite avanços. É impressionante como falsos políticos e falsos religiosos usam a fé dos mais simples, para manipular e levar vantagens. Resgatemos a democracia. Não há meios de comunicação neutro ou perfeito, mas há instituições mais sérias, mais abertas. Verifiquemos as informações com maior critério. Vejamos o que falam as TVs educativas, os canais abertos com maior tradição de cultura. Valores aprimorados por décadas, não podem ser descartados por interesses de pequenos grupos radicais. Perceba que a barbárie do momento, é orquestrada por poucos, para prejudicar trabalhadores. Vacina e máscara precisam ser repensadas.
Ary Donizete Machado - psicólogo clínico e orientador ocupacional.