Nem escrever eu queria, mas
Tenho 37. Trabalho na internet, então fico muito tempo em casa. Desde pequeno sempre fui uma pessoa querida já que por ser carente também sempre fui muito atencioso. Tive depressão por 14 anos. Pai alcoólatra que sinceramente eu preferia nem ter tido contato, mas fazer o que se ele não tem pra onde ir. Fui abusado aos 8 por um vizinho uns 5 anos mais velho. Sou evangélico e gay. Acho as relações humanas fúteis. Não acredito que a gente se importe com os outros, de fato, mas que a motivação para qualquer relacionamento é sempre a satisfação do eu em alguma esfera interna. Namoro e casamento pra mim são meios de não se sentir sozinho. Precisamos nos ocupar não porque queremos ou gostamos, mas também pra não lidar com a solidão. Amo acordar e aproveitar a vida, por mim, para mim e para minha família apenas. Comer bem, ter momentos de qualidade, sorrir, cantar. Amo escrever e componho minhas próprias músicas. Acho banal viver nos bastidores como vive a grande maioria das pessoas. Não quero e não vou ficar ouvindo músicas somente de terceiros. Eu também posso produzi-las. Aliás, eu posso fazer tudo o que eu quiser - incomoda-me, porém, ver que as pessoas não pensem dessa forma. Sempre perguntam se fui eu mesmo que compus minhas músicas já que para eles é uma realidade distante. Não entendo porque a humanidade age assim, não acredita em si mesmo e projeta sua falta de fé nos outros. Aí a gente sai, se relaciona (conversa, ri, se diverte e depois volta pra casa), mas o que estamos buscando? Dinheiro pra se manter vivo? E a sociedade buscando "sucesso" material. Quem é que gosta de trabalhar? Trabalha-se por necessidade. E toda essa cena de network, de palavras escolhidas e poses para impressionar ou ser bem quisto... Banalidade define.