Estou me tornando um esquizoide ou apenas muito exigente?
Não tenho laços profundos com qualquer pessoa externa à minha família, em razão de minha indestreza no relacionar-me com os outros e, principalmente, devido ao fato que esse tipo de atividade me desperta pouco ou nenhum interesse. Em outras palavras, a maioria (ao invés de "todas" porque ainda suponho que alguém neste planeta deve ser interessante para mim) das pessoas não me parece interessante e, por isso, raramente vejo qualquer razão para tentar desenvolver relações com as mesmas (uma das poucas razões é, e. g., a necessidade de pertencer a um grupo imposta pela recorrência da proposição de atividades grupais).
Outrossim, acomete-me, de tempos em tempos, uma vontade de afastar-me daqueles com que criei, por ocasião da recorrência de pelo menos uma das pouquíssimas razões para que eu me envolva com outras pessoas, algum laço considerável. Em razão disso, fiz-me um indivíduo solitário ao longo de cerca de dez anos até este momento. Isto é, nem sempre fui assim. Nem sempre fui tão apático e desinteressado nas outras pessoas. Nem sempre afastei-me intencionalmente de pessoas de quem um dia já gostei. Em vista disso, temo que esteja me tornando um esquizoide.
Todavia - e é esta a outra possibilidade que aponto em meu questionamento-título - eu sei que certo tipo de pessoa me agradaria. Sei que certo tipo de relacionamento seria percebido, por mim, como interessante. Anseio por um relacionamento único, profundo; um relacionamento de exclusividade mútua com alguém tão sozinho e com tantas questões profundas a tratar quanto eu.
Isto é, talvez a razão pela qual a maioria das pessoas e dos subsequentes potenciais relacionamentos com os mesmos me parecem tão triviais resida fato de que, simplesmente, não é isso que eu busco e - ao contrário - no fato de que as repudio.