Vamos falar sobre os lutos que os adolescentes passam

Sabemos que a adolescência é um período onde os hormônios estão "a flor da pele", o humor muda a cada hora, ama e logo depois odeia.

25 OUT 2018 · Leitura: min.
Vamos falar sobre os lutos que os adolescentes passam

Sabemos que a adolescência é um período onde os hormônios estão "a flor da pele", o humor muda a cada hora, ama e logo depois odeia. Porém é preciso lembrar que a adolescência é uma fase de transição que implica na vivência e elaboração de vários lutos, como a perda do corpo infantil e dos pais da infância. É um período de descobertas e questionamentos num caminho para a construção de uma nova identidade.

Nessa fase o corpo muda, ocorrendo uma mudança radical e também assustadora quanto ao corpo em desenvolvimento, deixam de ter um corpo infantil. Nas meninas a mudança ocorre com o aparecimento dos seios, produção hormonal – menarca (primeira menstruação), pêlos pubianos, etc. Nos meninos também ocorrem mudanças, como pêlos no rosto (aparecimento de barba, bigode, cavanhaque), pêlos pubianos, a voz começa a ficar mais grossa, os hormônios começam a influenciar nas suas decisões diárias. O luto nessa fase é vivenciado pela perda do EU criança, suas ações não condizem mais com o de uma criança. Sendo a grande tarefa da adolescência a aquisição da identidade, quando o indivíduo se define como pessoa.

É também na adolescência que o paradoxo vida/morte fica mais evidente. Muitas tentativas de suicídio acontecem nessa fase, estando, muitas vezes, relacionadas à busca de uma qualidade de relação e realização amorosa que não é encontrada.

É comum nessa fase o adolescente acreditar que a morte ocorre apenas com o outro. Mesmo quando ocorre com um companheiro próximo, sobra a dúvida se na verdade não se tratou de incompetência. É um período do desenvolvimento em que a vida e a morte encontram o seu auge, fase na qual aceitam desafios perigosos, usam drogas para mostrar uma vida mais intensa, como se estivesse driblando a morte.

É a fase onde descobrem o amor e amam intensamente, querem ser correspondido no amor e quando não são, muitas vezes encontram no suicídio a forma de tirar a dor do amor não correspondido.

Cada adolescente irá lidar diferente com essas emoções, perdas, lutos, cabe aos pais procurarem a ajuda de um psicólogo quando virem que essas fases não estão sendo bem elaboradas.

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Escrito por

Priscila Lima Psicóloga

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