Pensamentos e sentimentos: como se dão as influências

Você deve estar se perguntando, como assim? Sempre que você experimenta um estado de humor existe um pensamento relacionado, o problema que nunca fazemos esse link, sentimento x pensamento. Existe uma relação bem próxima entre pensamento, sentimento e comportamento e essa relação é tão estreita ao ponto que sempre que uma é alterada a outra se modifica.

A questão que muitas das vezes não percebemos essa ligação, e deixamos nos influenciar por sentimentos e emoções, sem levar em conta o que motivou tal comportamento. O pensamento é um grande influenciador do comportamento humano, é ele quem motiva e desmotiva, impulsiona ou mobiliza, leva da alegria ao estado de profunda tristeza, não podemos desconsiderar ele, não é mesmo?

As interpretações dos fatos acontecem porque pensamos, são os pensamentos que dão luz à mente. Você já conversou com alguém que não pensa? A sensação que temos é que estamos conversando com alguém sem mente, alguém vazio. É verdade que nem sempre o sentimento concorda com o pensamento, e nem sempre nos comportamos como gostaríamos e deveríamos nos comportar. Tudo isso é muito complexo.

Tentarei explicar de forma bem sucinta. Tudo que chega ao cérebro humano chega através dos órgãos dos sentidos e é processado mentalmente e questionado pelos pensamentos. Os pensamentos ocorrem por dados armazenados na memória, a mente sintetiza as experiências passadas e responde de forma semelhante ao acontecimento anterior. Ou seja, os dados armazenados anteriormente servem, então, como base para que os pensamentos aconteçam.

Se houverem coisas boas relacionadas a determinados eventos, é provável que o pensamento funcione de forma automática, a mente conclui que o evento é bom, o contrário também é verdadeiro, quando as informações armazenadas na memória dizem coisas ruins sobre o evento, os pensamentos, também de forma automática, são levados a concluir que o evento se relaciona com o mal.

É importante entender que os processos cognitivos, que são os pensamentos, não devem ocorrer de forma automática, não se pode deixar que a percepção seja suprimida pelo armazenamento de outras experiências, tem que ser levado em conta outras interpretações, e que nem sempre a relação do evento é o que esta armazenada na memória.

Compreendo que na prática não é fácil, é exatamente esse o papel do psicoterapeuta cognitivo-comportamental, que trabalha com a história de aprendizado do indivíduo e nas interpretações dele com o meio. Tem por objetivo o restabelecimento das competências do cliente de controlar seu comportamento e de influenciar suas emoções e percepções, além de ter um olho voltado para o passado se concentra no presente.

Se você tem tido comportamentos e não tem conseguido ter percepção das influências, chegou a hora de procurar ajuda. Procure um profissional, faça psicoterapia.

Foto: por VinothChanda (Flickr)

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