Como superar a perda de um animal de estimação

A perda de um animal de estimação pode ser traumática, mas seria comparável à perda de um ente querido? Neste artigo falamos sobre o tema, argumentando se seria um caso de luto ou não.

2 JUL 2018 · Leitura: min.
Como superar a perda de um animal de estimação

Superar a perda de um ente querido é um processo delicado, lento e que muitas vezes demanda uma rede de apoio, com o suporte dos mais íntimos e o acompanhamento de um psicólogo especializado em luto. Para muitos, essa dor intensa e arrebatadora também é sentida quando o vazio é deixado pelo animalzinho de estimação.

Seria exagero ou sensibilidade? A dor pela perda de um pet poderia ser equiparada à de um ente querido e provocar um processo de luto? Obviamente, trata-se de um tema que divide opiniões, não somente entre os especialistas, mas também na sociedade como um todo.

Fato é que muitas pessoas, ao perder um animal de estimação, especialmente se o tempo de convivência com o mesmo foi duradouro, sentem um vazio muito difícil de superar. São comuns os casos de tristeza profunda, que podem ser a porta de entrada para uma depressão.

A falta de compreensão dos mais próximos, sejam familiares, amigos ou colegas de trabalho, não ajuda a enfrentar a perda. Os mais críticos qualificam de excessiva a forma como a pessoa está sendo afetada e experimentando a ausência do pet. Em casos assim, é normal que a pessoa se sinta fragilizada, até mesmo pela falta de um ombro amigo para poder desabafar.

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O que diz a ciência?

Um estudo realizado pelo Center for Human-Animal Interaction, da Faculdade de Medicina da Virgínia (EUA), no ano de 1988, demonstrou que determinadas pessoas percebem os animais de estimação como um membro mais da família. A teoria foi reforçada por uma nova investigação, 10 anos mais tarde.

Nela, a teoria do apego de John Bowlby, que explica o vínculo que um bebê desenvolve pelo cuidador, justificado por um instinto de sobrevivência, também seria aplicável à relação entre a pessoa e o animal de estimação.

É em contextos assim que a morte do pet acaba por supor um processo de luto equiparável à perda de um ser humano, especialmente em casos de doenças prolongadas ou degenerativas. E como 50% das pessoas considera que se trata de um feito indigno de processo de luto, segundo estudo do Canadian Veterinary Journal, muitos acabam recorrendo à ajuda psicológica para tratar de enfrentar a perda e conseguir lidar com a cobrança externa.

Como superar a perda do animal de estimação?

Em casos assim, o primeiro passo é normalizar a tristeza, ou seja, permitir sentir o peso da ausência e dar-se o tempo necessário para curá-la. É importante encontrar uma via para expressar esse sentimento, seja falando, escrevendo ou procurando uma terapia.

Além disso, é importante encontrar atividades para ocupar o tempo na rotina que anteriormente era dedicado ao pet; igualmente funcional pode ser adotar ou comprar outro animalzinho de estimação, que, além de ser foco de toda o carinho que era destinado àquele que já não está, será capaz de dinamizar sua rotina com novas necessidades e ritmos.

Psicólogos advertem, entretanto, que a inserção de um novo animal de estimação deve ser decidida com critério, já que uma "substituição" é incapaz de evitar a dor. A pessoa precisa se conscientizar da importância de viver cada etapa desse processo, até mesmo para evitar uma futura decepção com o novo animal, que não deve ser responsabilizado pela situação atual.

Fotos: MundoPsicologos

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Comentários 62
  • Aline Martins

    4 dias de dor pela perca do meu gatinho Mingau, foi morto covardemente por envenenamento. Sei que as pessoas que fizeram isso pagaram muito caro, pois nada justifica essa monstruosidade. Meu Mingau sofreu tanto até o momento de partir, e me sinto culpada por não tê-lo socorrido imediatamente, é uma dor tão grande que peço a Deus forças.

  • AMANDY rocha Peruzzo

    Eu me sinto assim. Faz 9 dias que perdi meu cachorrinho Raji. Meu maior companheiro ficamos 14 anos e 9 meses juntos não me lembro da minha vida sem ele. Uma dor enorme. Ele ficou muito doente e ficou internado uns dias então faz 16 dias que minha vida virou um pesadelo. Sinto que perdi um pedacinho do coração. Fico uns momentos bem depois me lembro dele volto chorar. Não estou nada bem

  • MARIA AUGUSTA SANTOS

    Eu li os comentários, mas não me identifiquei com nenhum. Hoje morreu meu Nino. O amor da minha vida. Ele me encontrou á seis anos com um buraco na cabeça com centenas de larvas. Veio até mim e me pediu ajuda. Foram 60 dias de cuidados intensivos. Nino chegou magro, debilitado, mas dava prá perceber a sua potência muscular. Ele era enorme. Deixou-se cuidar com uma tranquilidade e amabilidade inacreditáveis. Quando ficou bom começou, então, a cuidar de mim. Eu sempre resgatei animais de rua em estados deploráveis, e claro , sempre me foram muito gratos e amáveis. Mas o Nino cuidou de mim, procurava me preencher os vazios de maneiras assustadoramente impressionantes e eficazes. Vivi um encontro de almas. Coisa que até então nunca tinha levado á sério. Vê-lo morto foi a dor mais agonizante da minha vida até hoje. Que saudades desse amor tão grande.

  • Cláudia Tomás

    A minha Bia , a minha princesa pequenina que corria sempre para mim, quando me ouvia chegar... morreu atropelada esta segunda feira dia 12 de junho de 2023! Uma dor enorme, um vazio imenso, saudades da minha pequena Bia... meiga, traquina, inteligente, mimela... adorava as minhas massagens e os meus miminhos... dizem que ninguém é insubstituível, mas muito pelo contrário, cada ser é único e jamais pode ser substituído! Aquele olhar meigo, doce e ternurento que jamais vi noutro olhar... Minha pequenina, minha princesa, minha xuxu... minha alegria, meu colo!!! Trouxe a para casa em 19 de junho de 2021, tinha ela dois meses... Na altura foi difícil convencer os meus pais a trazer um animal para casa, mas finalmente consegui, pois em parte também foi por eles. A minha mãe estava a passar por um surto psicótico muito violento e logo a seguir teve cancro, a Bia chegou e mudou tudo... passou a haver vida, alegria dentro de casa... um novo alento... um ser tão pequenino encheu a casa com todo o seu amor e viver se tornou muito melhor! Um amor tão puro e genuíno! Era a menina da casa, a nossa companhia e alegria! Por vezes corria pela casa que parecia uma faísca, era tão feliz. Acompanhava o meu pai para todo o lado em casa. Faz dois dias, que o meu pai foi dar com ela no meio da estrada atropelada, ela que tinha medo de carros e nunca ia para a rua... Cheguei a casa para almoçar e ao entrar com o carro vi meu pai ao fundo com um olhar triste de braços cruzados, e quando olhei para o chão e vi as patinhas da minha menina... meu mundo caiu, que dor, que angústia... Não consigo parar de chorar... Só de imaginar que nunca mais a vou ver... Foi tão pouco o tempo em que esteve em nossas vidas... A minha pequena Bia!

  • Stephany Meneses

    Faz hoje dois dias que a minha gatinha faleceu. Ainda custa dizer a palavra. Tinha cancro desde 2020 e fizemos tudo para que tivesse uma vida digna. Não resistiu. Dói. Dói muito. Sinto que podia ter feito mais e ao mesmo tempo já só podia acabar com o seu sofrimento. Tenho medo que não tenha sido a melhor decisão. Tenho medo que ainda tenha ficado algo por fazer. Tenho medo de ter desistido. Sinto um aperto no peito enorme. Custa tanto

  • Tamara Rangel Gomes

    Hoje dia 13/05/2023 perdi meu gato o Leão ele foi envenenado eu e minha mãe fizemos de tudo o possível para ele melhorar ao passar do tempo com ele agonizando confucionando e chorando só desejei que morresse parar de sofrer, deixou um buraco enorme no meu coração, no da minha mãe e do meu irmão mas agora ele está em um lugar que não vai sofrer com o frio o calor a dor ou a fome ele está em paz graças à Deus.

  • Karina

    Ontem dia 19/04 perdi meu gatinho Francisco, estou acabada, inconformada... Ele foi morto por um cachorro, e eu não estava ali para ajudá-lo quando ele mais precisou, estou com uma tristeza profunda, ele era meu filho, dormia todos os dias em cima do meu peito, e adora assistir vídeos comigo no celular, é uma dor inexplicável!!

  • Beatriz Arruda

    Dia 3 de abril encontrei minha gata morta ela se chamava Mia, eu adorava ela e sinto falta dela agora nesse momento provavelmente ela estaria pedindo para subir no guarda roupa mas infelizmente sem completar um ano o cachorro daqui da rua a matou sem dó

  • Raquel Piotroski

    Ontem dia 01 de abril 2023 perdi minha Ana ela só tinha 1 ano e 3 meses ..achamos ela na boca de um cachorro ...ela era muito especial ela era diferente de todos , so faltava falar comigo

  • Alexandre

    Perdi nossa Pit, dia 30 de março, quinta-feira, ela tinha 16 anos, foi um serzinho muito especial e diferenciado, ela nos ensinou muito, chegou aqui em casa fugida, era mal tratada onde nasceu, seus pelos eram cortados por máquina, estava deformada e assustada, mas muito carinhosa. Aqui encontrou carinho, amos e uma família que a abraçou. Não a via como um pet, ela tinha sensibilidade, percebia quando estávamos tristes, eu, principalmente, quando sofria minhas decepções, ela notava e miava para entrar no meu quarto, se abaixava em minha frente, e eu sabia para que era, ela queria que eu fizesse carinho com os pés nas costas dela. Ela teve câncer, passou por cirurgia, teve uma recuperação difícil, mas sempre superava. Ela também passou por um aborto. Nunca deixem aplicar anticoncepcional nos pets fêmeas, por favor. Quando ela se recuperou da última cirurgia, brincamos bastante, mas na ultima semana, ela teve uma recaída e ficou com dificuldade para respirar, depois perdeu a capacidade de miar, e mesmo assim se despediu de nós.. Comigo, ela, debilitada, andou até onde eu estava sentado, se abaixou, era para eu fazer carinho com os pés, fiz, com muito cuidado e amor, pois ela estava muito magra. Na verdade era ela quem fazia carinho no meu Coração, sempre foi assim. Ela veio a morrer no meu quarto, abaixo da mesa onde estou agora, ela transmitia um olhas de serenidade e ternura. como um ser desses pode ser só amor? Foram muitas as lições que ela nos transmitiu. Eu só tenho a agradecer a Deus por ter permitido a nossa convivência com a Pit. Rogo a Deus, todos os dias, desde a ida dela ao céu, que ela possa receber as melhores recompensas divinas, pois ela cumpriu com excelência a missão dela neste plano. Infelizmente, eu queria ter feito mais por ela, mas foi tudo muito rápido, essa doença maldita não perdoa. A Pit tinha 16 anos, com a pelugem perfeita, todos os dentes, e com as taxas todas controladas. Só o C. A. mesmo. Agora ela recebe o cuidado que merece lá no céu, pois aqui não estivemos à altura do que ela merecia. Saudade.


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